Apesar de sua política isolacionista, o xogunato Tokugawa, que governou o Japão entre 1600 e 1885, manteve relações comerciais com os países próximos. Porém, apenas alguns domínios regionais tinham permissão para negociar diretamente com o exterior: Tsushima (comércio com a Coreia), Matsumae (comércio com os Ainus, um povo indígena japonês e russo), Satsuma (Ryukyu) e Nagasaki (China, Sudeste Asiático e Cia. Holandesa das Índias Orientais). Todos os outros portos japoneses foram fechados para o comércio exterior.
As principais exportações de Nagasaki foram prata e cobre. Do ano de 1659 até cerca de 1685, grandes quantidades de moedas de cobre foram cunhadas em Nagasaki e exportadas para os parceiros comerciais, principalmente para o Vietnã onde o valor do cobre em relação à prata favorecia muito os japoneses. Em contrapartida, havia uma enorme demanda no Japão por seda, tecidos, açúcar, especiarias e madeira de sândalo.
Estas moedas possuíam as mesmas inscrições de uma moeda chinesa da dinastia Song (que também circulou no Japão anteriormente), porém o estilo da escrita e o tamanho do orifício eram muito diferentes. Tinham cerca de 24 mm de diâmetro e orifício quadrado com aproximadamente 7 mm. A inscrição em chinês Yuan Feng Tong Bao é traduzida para o japonês como Genpo Tsuho e significa algo parecido com “moeda universal da era do imperador Shenzong”. A intenção era facilitar o reconhecimento e a aceitação da moeda na China e nos outros países asiáticos. A ideia deu tão certo que as chamadas moedas de troca de Nagasaki chegaram a ser por um período de tempo a moeda oficial do Vietnã, onde podem ser encontradas até hoje, assim como na ilha de Java. E por conta da Companhia Holandesa das Índias Orientais foram parar até na Europa. Em regiões asiáticas com falta de cobre as moedas eram fundidas para a fabricação de armas, ferramentas e utensílios.